Já se vivem as festas do Senhor!
Festas maiores da ilha do arcanjo onde a penitência e o divertimento andam quase de mãos dadas. É inquestionável, para crentes e não crentes, que à volta daquela simples imagem adornada com ofertas simbólicas de gratidão à ajuda divina há qualquer coisa de especial. Ninguém fica indiferente àquele olhar penetrante do Senhor Santo Cristo, sinal de esperança, de fé, de crença para muitos Micaelenses e Açorianos de além-mar.
Mas nem só de manifestações de fé vivem estas festas, as tasquinhas, os cheiros, os sabores desde a morcela às lapas, dos caranguejos às favas...e os tremoços e os galinhos de açúcar que fazem, juntamente com as carrocinhas de madeira e os balões, a alegria dos mais pequenos.
Quero ainda destacar o trabalho desenvolvido pelo sítio de internet www.tv.azoresglobal.com ao transmitir para todo o mundo alguns dos principais momentos destas festas, trabalho especialmente útil para quem, como eu, não pode estar em São Miguel nesta quadra. De lamentar que a RTP, não a RTP-Açores mas a nacional, não disponibilize na sua página a transmissão online dos directos produzidos pela RTP-Açores que segundo sei está a levar a cabo mais uma excelente cobertura das festas, nem tenha transmitido na RTP-Internacional em directo a mudança da imagem que hoje se realizou.
Por fim só me resta desejar que as festas corram pelo melhor e que sejam, mais uma vez, uma das maiores manifestações da cultura e identidade do Povo Açoriano.
Muitas foram as vozes de indignação face às declarações do senhor cardeal D. José Policarpo. Se é certo que, levando à letra as afirmações do senhor cardeal, a primeira reacção não é a melhor, quando se vê as imagens (exclusivas da SIC, acho eu) a interpretação é outra. Nota-se que o ambiente da conversa, entre D. José Policarpo e a jornalista, era de alguma descontracção e informalidade e o tom usado pelo cardeal até teve algo de jocoso, no bom sentido da palavra. Assim, não alinho nas reacções mais fundamentalistas que o mais fundamentalista islâmico, entendo a informação que o patriarca de Lisboa quis passar para a plateia. Não é mentira nenhuma, que no século XXI, a fé islâmica ainda encara a mulher de uma forma discriminatória, veja-se o exemplo de países como a Arábia Saudita, Afeganistão... E D. José Policarpo sabe disso, tanto mais que no passado a Igreja Católica teve uma atitude muito semelhante; contudo ao longo dos últimos 100 anos os católicos evoluíram também neste aspecto. Acusar D. José Policarpo de não querer o diálogo inter-religioso é ignorar aquilo que tem sido desde sempre a sua postura ecuménica e de diálogo com todas as religiões. Só que o cardeal de Lisboa talvez teve a coragem de dizer que para haver diálogo há que querer ouvir e não apenas falar, há que reconhecer os erros do passado (como fez a Igreja Católica com a Inquisição), há que quebrar barreiras culturais, e isso tem de ser exigido aos dois lados e não apenas à Igreja Católica como se fosse sempre a má da fita.
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