A confirmar-se a investigação levada a cabo pela RDP, no que toca à poluição do principal aquífero da ilha Terceira por substâncias nocivas para os seres humanos, está-se perante uma situação de enorme gravidade.
Tendo eu alguns conhecimentos nesta área, dependendo do grau de contaminação o aquífero (rochas com características muito especiais no que diz respeito à sua porosidade - responsável pelo armazenamento de água - e permeabilidade - característica que permite a circulação de água na rocha e consequentemente a sua extracção para consumo) este poderá ficar inutilizado por períodos de tempo que podem chegar às centenas de anos. Temos vários exemplos de aquíferos em toda a costa Algarvia que devido à sua proximidade ao mar e a uma extracção indevidamente calculada provocaram a sua contaminação por água salgada devido ao diferencial de pressões aí verificadas.
Assim o processo de purificação do aquífero está relacionado com as características químicas das rochas atravessadas pela água de percolação (que se move nas rochas que constituem o aquífero) que vão, simplificadamente, filtrando e purificando a água. Para além deste facto é claro e evidente que cada vez mais a superfície está impermeabilizada pelo crescente número de estradas, habitações e todo um conjunto de infra-estruturas que diminuem, e muito, as zonas de recarga dos aquíferos, dificultando assim a sua recarga e consequentemente a sua purificação no caso de contaminação.
Para além disso e tendo em conta que esta situação se passa numa ilha e não numa zona continental não se podem adoptar medidas de abastecimento de água de uma determinada zona recorrendo a caudais de outras bacias hidrográficas vizinhas, ou seja, drenando de um rio afastado para uma determinada zona com carência de água, como acontece em países como Espanha, por exemplo. Sendo este o aquífero principal da Terceira a sua contaminação poderá obrigar a soluções mais radicais e altamente dispendiosas, sendo que a situação extrema, e repito extrema, poderá passar pela instalação de estações de dessalinação.
Entendo que o Governo Regional não tem culpa nesta situação, mas no caso de se confirmar os Açores e a diplomacia portuguesa deverão exigir uma indemnização que cubra o valor de todos os gastos que esta contaminação poderá acarretar e ainda um valor (na minha óptica incalculável tal é a importância que estas reservas de água doce têm nos dias que correm) que compense o património lesado pelos Americanos. Já é altura desses senhores responsabilizarem-se por aquilo que andam a fazer pelo mundo inteiro.
Estou, por isso, confiante que Carlos César saberá, como sempre, defender os interesses dos Açores e dos Açorianos.
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