É um facto que quando nos queremos deslocar entre os Açores e Lisboa o preço que nos é exigido pelo monopólio existente entre SATA e TAP assume contornos de exagero, sobretudo quando à simples distância de um clique podemos pela internet tomar conhecimento dos preços que essas companhias oferecem nas ligações entre Lisboa e outras capitais europeias.
Muitos acham que o segredo da diminuição do preço está nas companhias low cost. Para a maioria das pessoas a impressão que passa é que os voos low cost são mais baratos pelos menores custos que estas empresas têm com tripulações e com os reduzidos serviços por elas prestados durante os voos, isto é uma treta. Enganam-se, esta é uma parcela ínfima nas contas das low cost. O segredo dessas companhias está na sua taxa de ocupação. Estudos recentes demonstram que a máxima taxa de ocupação média que uma companhia aérea consegue ter ronda os 85%, e para que as low cost tenham lucros têm de pelo menos ter uma taxa média de ocupação de 80 a 82%. Ou seja, está-se a falar de um espaço de manobra muito reduzido, escassos pontos percentuais entre o sucesso e o descalabro. Daí que essas empresas só se dediquem a voos altamente rentáveis e nunca possam assegurar qualquer tipo de serviço público, entenda-se, neste caso, como serviço público voos em que o avião vai quase vazio, e eu próprio já presenciei a muitas dessas situações.
Assim, não creio que existisse alguma low cost a vir para os Açores cumprir contratos como os que a SATA está a cumprir.
Com isto não quero proteger a SATA. Pelo contrário, defendo a abertura do espaço aéreo entre Açores e continente mas que as empresas que se propuserem a fazer voos entre os Açores e continente sejam obrigadas a cumprir os compromissos de serviço público. Se não eram só os voos de sexta, de domingo e de segunda que teriam disputa de mercado.
Hoje o que temos é uma SATA e TAP que estão a exigir valores absurdos pelas viagens que realizam, já que estão confortáveis. Gerir uma empresa dessas não é difícil. É urgente criar desconforto à SATA e TAP para que estas iniciem uma nova forma de actuar, tendo de melhorar as condições que oferecem para poderem sobreviver.
Não creio que a SATA corra risco com esta abertura se optar por uma postura inteligente na análise do mercado e definição da sua estratégia. Terá de sair do comportamento, de certa forma caracterizado pela inércia, que ao longo dos anos foi adquirindo com a situação de monopólio.
Deste modo, espero que esta seja uma realidade próxima e que o governo regional dos Açores e o seu Presidente tomem as medidas necessárias para que os Açores e os Açorianos sejam sempre defendidos acima de tudo. Este governo e Carlos César já deram provas que o interesse dos cidadãos é sempre crucial na sua tomada de decisão, daí que confie que esta melhoria neste sector será implantada a breve trecho.
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