A toxicodependência e o combate a este flagelo têm merecido a atenção de várias figuras laranjas que "tão generosamente são acolhidas no seio de um determinado jornal da nossa praça". Desde acusarem o governo regional de ser responsável por este problema até à apresentação de pseudo-medidas que mais não são do que acréscimos de verbas sem se dizer o que com elas fazer.
Na minha opinião o problema está mais a montante. Todos os esforços terão de ser dirigidos para a formação das pessoas desde a sua infância. Numa sociedade em que cada vez mais temos pais irresponsáveis que delegam todos os deveres de educação dos filhos nas escolas entendendo-as como "depósitos de meninos" é urgente que se aposte na sensibilização, informação e formação cívica e cultural das crianças e jovens desde cedo, alertando-os para os perigos dos caminhos da droga. Contudo há uma outra dimensão que escapa a muitos "pensadores" e que tem uma importância determinante na luta contra a toxicodependência. Muitos dos jovens de hoje são fracos. Fracos nos valores, fracos na coragem, fracos na determinação, fracos na RESPONSABILIDADE. Grande parte dos jovens tem um percurso de crescimento marcado por uma formação pouco exigente, nunca definindo objectivos, nunca assumindo responsabilidades, construindo uma personalidade desprovida de princípios, de convicções, de valores. São estes jovens sem hábito de enfrentar as dificuldades, sem hábito de assumirem as suas decisões que constituem a maioria daqueles que à mínima dificuldade e contrariedade enveredam por comportamentos que muitas vezes levam à toxicodependência.
Deste modo há que colmatar as actuais falhas do sistema "treinando" e criando rotinas nos nossos jovens de exigência, de responsabilidade, de decisão, tornando-os verdadeiros resistentes a esta que sem dúvida é a mais grave problemática da juventude Açoriana. Mais que discutir se são 500 ou 800 mil € que estão no orçamento reservados à luta contra a toxicodependência há que introduzir políticas de fundo.
Basta de sermos um povo que se limita a políticas de "remendo", temos de passar às verdadeiras políticas estruturantes.
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