Desde pequeno que sempre tive a sorte de me identificar mais com as verdadeiras personalidades políticas da democracia portuguesa. Falo desde Mário Soares, Jaime Gama, António Guterres, Manuel Alegre, Sousa Franco entre outros.
Cresci a aprender que na política deve-se debater ideias, projectos, ideologias, devendo-se, sobretudo fazer política com política.
Deste modo nunca suportei aquelas pessoas que se dizem políticos mas que não se coíbem de recorrer ao insulto pessoal, à calúnia e ao boato para atingirem os seus fins. É neste sentido que sempre tive alguma dificuldade em concordar com as lógicas das campanhas eleitorais para as autarquias que em diversas localidades se baseiam única e exclusivamente numa atitude libertina, caluniosa e de agressão pessoal.
Para mim Portugal, o país real, ainda precisa de mais 100 anos de democracia, estes quase 40 anos democráticos em nada contribuíram para a elevação do debate político ao nível local. Continua-se a bater na tecla do insulto, do boato, continua-se a bater na tecla da compra de votos com uns sacos de cimento aqui, uns tijolos ali e umas sacas de areia acolá, continua-se a não discutir projectos, ideias, estando-se sempre mais próximo do insulto e da batatada que do debate sério e honesto.
Não sei se serei eu que estarei errado, mas numa sociedade em que se valorize apenas os "espertos" e não os inteligentes, trabalhadores e competentes o seu futuro será o da degradação crescente de todos os pilares basilares desta mesma sociedade.
Assim não tenho medo de dizer que abomino e repudio as pessoas (muitas delas com ligações partidárias que bem conhecemos) que fizeram o que fizeram com Ferro Rodrigues, que abomino e repudio quem se dá ao trabalho de gravar conversas telefónicas para fazer chantagem com dirigentes de um partido e ao mesmo tempo subirem a ferro e fogo noutro partido, que abomino e repudio as pessoas que lançaram os boatos sobre José Sócrates aquando da campanha eleitoral de 2005, que abomino e repudio quem discrimina o outro pelo seu reduzido nível académico, que abomino e repudio todas as formas de populismo, demagogia e brejeirice na política e quem as pratica.
Assim valorizo a minoria corajosa dos políticos que, em contra ciclo, persistem em lutar pelas ideias, pelos projectos, pelos valores da liberdade e responsabilidade, que partem para a luta quer tenham ou não a capacidade de ganhar. É esta a política que admiro, é esta a utopia que almejo para a democracia portuguesa.
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