Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009

Freeport

Sobre o caso Freeport apenas gostaria de tecer algumas considerações. Em primeiro lugar espero que a justiça seja rápida e eficaz, investigando todos os que possam, de uma maneira ou de outra, estar envolvidos neste processo. Em segundo lugar considero que José Sócrates, enquanto cidadão e primeiro-ministro, tem todo o direito de se defender e de repudiar todo um conjunto de notícias que revelam informações supostamente em segredo de justiça. Esta é já, em menos de 10 anos, a segunda vez que a comunicação social atira lama, de forma muito pouco responsável para um líder do Partido Socialista, fazendo chegar a público componentes da investigação que deveriam estar em segredo de justiça, conseguindo, deste modo, denegrir o bom nome dos Secretários-Gerais do PS. Foi assim no caso "Casa Pia", no qual a comunicação social feriu de morte a então liderança de Eduardo Ferro Rodrigues sem que, no final, nada se tenha provado contra o mesmo. Veremos quais serão as conclusões da investigação sobre a alegada participação de José Sócrates no caso "Freeport". Em terceiro e último lugar são inadmissíveis as fugas de informação sobre este processo, que só podendo partir de alguns agentes da justiça são aproveitados da forma mais desprezível e miserável pela comunicação social. Tanto é condenável quem quebra o segredo de justiça como quem se aproveita desse facto.

Assim, espero que este caso se resolva o mais rapidamente possível, seja qual for a sua solução, salvaguardando-se, contudo, a presumível inocência de todos os investigados até que se prove o contrário.

 


publicado por Hélder Almeida às 14:31
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Terça-feira, 27 de Janeiro de 2009

Que mudança?

Desde o congresso do PSD que tenho visto, ouvido e lido em tudo que é comunicação social declarações de apoio, esperança e até confiança cega na "nova" liderança do PSD Açores. Afirmações do tipo "agora é que vai ser" ou desta vez é que é" e ainda "a mudança está a chegar" são transversais a todas estas manifestações de tom laranja.

Contudo questiono que mudança é esta que falam e que gente nova é esta que referem. Não deverá ser Berta Cabral que desempenha, desde 1980, funções ora na governação regional ora na governação autárquica. Qual a moralidade de alguém falar em deficiências nos transportes quando desempenhou funções de directora regional desta área e nada fez? Qual era o nível do transporte marítimo de passageiros inter-ilhas em 96? O que fez Berta Cabral enquanto presidente do grupo SATA?

A mudança não pode residir em quem quando teve oportunidade não demonstrou competências para inovar, para melhorar.

Outra constante destas declarações passa por defender o alastramento da política de Berta Cabral no concelho de Ponta Delgada para todos os Açores, uma vez que, no seu entender, esta é sinónimo de desenvolvimento. Será desenvolvimento uma construção intensiva de caixotes de apartamentos, que servindo muito bem para financiar as festas e festinhas da edilidade, acentuam, contudo, cada vez mais a desertificação e degradação do centro histórico da cidade? Será desenvolvimento uma política de transportes que melhora sucessivamente as condições para o uso de transporte individual no centro da cidade, inviabilizando qualquer tentativa de implementação de uma boa rede urbana de transportes colectivos? Será que os Açorianos querem este modelo de desenvolvimento que se concentra apenas no centro urbano deixando ao abandono e esquecimento toda a parte rural do concelho?

A mudança não pode estar nesta nova liderança do PSD já muito envelhecida.

Factos são factos e os Açorianos sabem quem realmente mudou os Açores para melhor, quem realmente deu um pontapé no atraso dos Açores, vivendo-se hoje, por isso, melhor nos Açores.

 

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publicado por Hélder Almeida às 20:33
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Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009

Soluções

Várias vezes critiquei o modelo de avaliação dos professores e a burocracia que reinava nas escolas. Contudo neste novo mandato do PS Açores, enquanto governo regional, há a destacar a postura dialogante da nova responsável pela pasta da Educação. Lina Mendes conseguiu reatar conversações com os sindicatos, passou a discutir com eles as propostas antes de as apresentar e não o contrário, passou a demonstrar respeito por uma classe determinante para o sucesso do futuro dos Açores. Os problemas que pareciam não ter solução estão a ser, sucessivamente, resolvidos pela via do diálogo entre a tutela e os professores, assegurando-se que estes sejam avaliados mediante um modelo mais justo e adaptado à realidade das escolas.

Assim é justo elogiar a postura do governo regional do PS Açores na resolução dos problemas da educação.

No entanto, hoje um jornal da nossa terra, conhecido pelas suas curiosas sondagens eleitorais, não conseguindo arranjar novos problemas entre professores e secretaria da educação afirma que, segundo alguns professores, o sindicato SPRA enganou os professores ao não defender as propostas aprovadas no plenário realizado a 12 de Janeiro. Quanto a esta notícia ou muito me engano ou estes “alguns professores” são apenas um e esta notícia foi plantada a talho de Machado...perdão de foice.

 


publicado por Hélder Almeida às 14:20
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Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009

Assim se faz a história

Este é um dia histórico.

Pela primeira vez um negro assume a presidência dos Estados Unidos da América. Independentemente daquilo que se verifique, no decorrer do seu mandato, Obama já fez história.

Todos depositam a sua esperança em Obama, nas suas ideias, na sua força, na sua determinação.

Assim desejo que este seja, realmente, o primeiro dia do resto de uma vida nova para o mundo. 

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publicado por Hélder Almeida às 20:32
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Domingo, 18 de Janeiro de 2009

Irónico...

Ironia das ironias. Depois de toda a polémica, infundada no meu entender, que o PSD levantou a propósito da distribuição do kit Autonómico, não é que este mesmo PSD usou a versão cantada do hino da Região Autónoma dos Açores, constante do CD incluído no referido kit, na sessão de encerramento do seu congresso?

"Pela boca morre o peixe" ou "quem desdenha quer comprar" são ditos populares que muito se adaptam a essa situação. E será essa mesma sabedoria popular, escondida nestes provérbios, que saberá por termo à euforia laranja com epicentro no microclima do coliseu...

 

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publicado por Hélder Almeida às 20:31
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Sábado, 17 de Janeiro de 2009

Tempestade num copo de água

Muitas foram as vozes de indignação face às declarações do senhor cardeal D. José Policarpo. Se é certo que, levando à letra as afirmações do senhor cardeal, a primeira reacção não é a melhor, quando se vê as imagens (exclusivas da SIC, acho eu) a interpretação é outra. Nota-se que o ambiente da conversa, entre D. José Policarpo e a jornalista, era de alguma descontracção e informalidade e o tom usado pelo cardeal até teve algo de jocoso, no bom sentido da palavra. Assim, não alinho nas reacções mais fundamentalistas que o mais fundamentalista islâmico, entendo a informação que o patriarca de Lisboa quis passar para a plateia. Não é mentira nenhuma, que no século XXI, a fé islâmica ainda encara a mulher de uma forma discriminatória, veja-se o exemplo de países como a Arábia Saudita, Afeganistão... E D. José Policarpo sabe disso, tanto mais que no passado a Igreja Católica teve uma atitude muito semelhante; contudo ao longo dos últimos 100 anos os católicos evoluíram também neste aspecto. Acusar D. José Policarpo de não querer o diálogo inter-religioso é ignorar aquilo que tem sido desde sempre a sua postura ecuménica e de diálogo com todas as religiões. Só que o cardeal de Lisboa talvez teve a coragem de dizer que para haver diálogo há que querer ouvir e não apenas falar, há que reconhecer os erros do passado (como fez a Igreja Católica com a Inquisição), há que quebrar barreiras culturais, e isso tem de ser exigido aos dois lados e não apenas à Igreja Católica como se fosse sempre a má da fita.

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publicado por Hélder Almeida às 18:10
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Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

O povo é quem mais ordena

Em vésperas do congresso laranja observa-se uma enxurrada de artigos, comentários e opiniões de militantes do PSD sobre o novo ciclo daquele partido associado à nova liderança. Todas estas intervenções partem do princípio que a nova presidente do PSD Açores será a presidente do governo regional em 2012, afirmando e reafirmando a certeza na vitória do PSD nas próximas regionais. Bem sei que Portugal é o berço do Sebastianismo e o PSD Açores tem uma crença desmedida na chegada de um líder que os tire do marasmo que foram estes seus últimos 12 anos; no entanto, há o factor Povo Açoriano. Será o Povo Açoriano que decidirá o seu futuro e não as mesmas caras de sempre do PSD, que nestes últimos 12 anos foram mais que "o pão de trigo", foram a todas as bodas esperando que os sucessivos líderes se queimassem em lume brando. A única diferença desta nova liderança está na líder pois os que a rodeiam são os mesmos que estiveram com Dâmaso em 96, Arruda em 2000, Cruz em 2004, Neves em 2008, e com toda a certeza estarão com Berta Cabral em 2012.

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publicado por Hélder Almeida às 11:45
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Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

Guerra dos mundos

Hoje, numa reportagem da RTP, via-se um miúdo do interior de Portugal, que na sua ingenuidade dizia que quando fosse grande queria ser pastor como o pai e como a avó, pois era disso que ele gostava, era isso que lhe fazia feliz. Digo isto porque na cabeça daquela criança tudo era óbvio, tudo era simples, tudo era resolúvel, e porquê? Porque ele enquanto criança é o expoente da simplicidade, da verdade, da limpidez. No seu mundo tudo se ultrapassa sem o mínimo problema. Contudo poucos minutos antes vi, já no mundo dos grandes, dos esclarecidos, dos senhores isso e aquilo, dos especialistas em questões económicas, bélicas, científicas, sociais... notícias que davam conta do ataque de Israel à Palestina, da pálida resposta dos palestinianos aos israelitas, que davam conta de um senhor que depois de, alegadamente, ter desviado milhões que não eram seus se achou no direito de não abrir a boca perante os deputados eleitos pelos portugueses e esses, na sua maioria, não ficaram sequer indignados com esta postura, notícias que davam conta de mais desemprego, notícias que davam conta...

Perante estas duas realidades quem está mais certo? Qual dos dois mundos é o mais correcto? O mundo do politicamente correcto, do senhor doutor e do senhor engenheiro, o mundo das complicações, das meias palavras, do jogo do empurra de responsabilidades, o mundo dos crescidos; ou o mundo da verdade, da simplicidade, da objectividade, de uma só palavra, o mundo daquela criança?

Quem dera que nós pertencentes ao mundo dos crescidos tivéssemos 1/3 das características do mundo daquele menino, que apenas quer ser pastor, como o pai e a avó, quando for grande!

 

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publicado por Hélder Almeida às 23:21
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