Quarta-feira, 30 de Abril de 2008

Contaminação do aquífero da Terceira?

A confirmar-se a investigação levada a cabo pela RDP, no que toca à poluição do principal aquífero da ilha Terceira por substâncias nocivas para os seres humanos, está-se perante uma situação de enorme gravidade.

Tendo eu alguns conhecimentos nesta área, dependendo do grau de contaminação o aquífero (rochas com características muito especiais no que diz respeito à sua porosidade - responsável pelo armazenamento de água - e permeabilidade - característica que permite a circulação de água na rocha e consequentemente a sua extracção para consumo) este poderá ficar inutilizado por períodos de tempo que podem chegar às centenas de anos. Temos vários exemplos de aquíferos em toda a costa Algarvia que devido à sua proximidade ao mar e a uma extracção indevidamente calculada provocaram a sua contaminação por água salgada devido ao diferencial de pressões aí verificadas.

Assim o processo de purificação do aquífero está relacionado com as características químicas das rochas atravessadas pela água de percolação (que se move nas rochas que constituem o aquífero) que vão, simplificadamente, filtrando e purificando a água. Para além deste facto é claro e evidente que cada vez mais a superfície está impermeabilizada pelo crescente número de estradas, habitações e todo um conjunto de infra-estruturas que diminuem, e muito, as zonas de recarga dos aquíferos, dificultando assim a sua recarga e consequentemente a sua purificação no caso de contaminação.

Para além disso e tendo em conta que esta situação se passa numa ilha e não numa zona continental não se podem adoptar medidas de abastecimento de água de uma determinada zona recorrendo a caudais de outras bacias hidrográficas vizinhas, ou seja, drenando de um rio afastado para uma determinada zona com carência de água, como acontece em países como Espanha, por exemplo. Sendo este o aquífero principal da Terceira a sua contaminação poderá obrigar a soluções mais radicais e altamente dispendiosas, sendo que a situação extrema, e repito extrema, poderá passar pela instalação de estações de dessalinação.

Entendo que o Governo Regional não tem culpa nesta situação, mas no caso de se confirmar os Açores e a diplomacia portuguesa deverão exigir uma indemnização que cubra o valor de todos os gastos que esta contaminação poderá acarretar e ainda um valor (na minha óptica incalculável tal é a importância que estas reservas de água doce têm nos dias que correm) que compense o património lesado pelos Americanos. Já é altura desses senhores responsabilizarem-se por aquilo que andam a fazer pelo mundo inteiro.

Estou, por isso, confiante que Carlos César saberá, como sempre, defender os interesses dos Açores e dos Açorianos.


publicado por Hélder Almeida às 21:54
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Terça-feira, 29 de Abril de 2008

O perigo da falta de identidade

O que se passa no PSD nacional, verdadeira maternidade de candidaturas, é reflexo e consequência da perda da matriz inicial do partido após o período de liderança de Cavaco Silva. E digo isto porque apesar do PSD ter ganho umas eleições nacionais depois de Cavaco, o governo que daí resultou foi fraco, amorfo e rapidamente desmoronou-se.

A liderança de Cavaco foi como uma planta que asfixia tudo à sua volta, tudo girava em torno de Cavaco, o partido era Cavaco, perdendo a matriz social democrática delineada por Sá Carneiro.

O mesmo se passou no PSD Açores, como ainda hoje se verifica, após a saída de Mota Amaral.

Deste modo, e apesar de reconhecer a capacidade e eficácia de Carlos César, e as conquistas dos Açores nos seus sucessivos governos fico preocupado com a perda do socialismo democrático enquanto ideal primogénito do partido. Entendo que só em aliança com a sociedade é que se consegue implementar a mudança, como Carlos César e o PS têm feito nestes últimos 12 anos, contudo, e na minha óptica, a aliança com a sociedade não é sinónimo de filiações avulsas de independentes no Partido, pois aí reside o risco de perda de identidade. Embora admita que desde 1996 vários foram os independentes que se aliaram ao PS e que constituíram enormes ganhos para o partido e para os Açores, tenho de dizer também que há muitos que se estão a aproveitar, daí que sejam aceitáveis as críticas de João San-Bento, que mais não sente que alguma dor por ver gente que é tudo menos socialista a ameaçar tomar conta do governo e do partido. E para quem durante muitos anos deu a cara para que o Partido Socialista não desaparecesse nestas ilhas, ver aqueles que no passado tudo fizeram para acabar com este mesmo PS agora a aproximarem-se do partido não é fácil.

Assim, defendo a aliança do PS com a sociedade, mas com o que de melhor tem esta sociedade e não numa lógica de "tudo o que vem à rede é peixe". Sim, porque enquanto Carlos César estiver à frente do Partido a identidade do PS está preservada, pois a sua liderança é forte, mas num futuro próximo, até por razões de força de lei, César deixará o PS órfão, e aí só um partido seguro de si, dos seus ideais, da sua identidade ultrapassará essa situação de forma tranquila.

Quero ainda felicitar o Nuno Tomé pela excelente moção sectorial que apresentou no último congresso, no meu entender a única que trouxe algo de novo, para além da moção global. A sua proposta de listas abertas vai no sentido de dar cada vez mais poder ao militante de base, contribuindo para uma melhor democracia. Para quem diz que este regime não pode ter nada de novo Nuno Tomé consegue provar o contrário.

 

 

 

 

 

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publicado por Hélder Almeida às 21:47
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Sexta-feira, 25 de Abril de 2008

O Caminho faz-se Caminhando

34 anos passados do memorável dia 25 de Abril de 1974 é justa a homenagem à figura cimeira da implantação e consolidação da democracia em Portugal: Mário Soares.

Quando alguém pergunta qual a opinião que se tem de Soares só duas respostas se escutam: amor ou ódio; tais sentimentos apenas são gerados pelos grandes da história, que não permitem meio-termo, ou se admira ou se repudia.

Desde muito novo, embora vivendo confortavelmente pois pertencia a uma família com posses, o seu interesse pela causa pública começou a despertar, e passando pela candidatura do general Humberto Delgado, pela tortura do sono, pelas inúmeras vezes que esteve preso e até pelo exílio, Soares tudo fez para conseguir a Liberdade para o seu povo, para Portugal.

Se é verdades que foram os capitães, depois designados por capitães de Abril, que desencadearam o processo revolucionário, sendo igualmente merecedores de homenagem e agradecimento do povo português, Soares desempenhou um enorme papel antes da revolução e  um ainda maior após a mesma, na afirmação e consolidação da Liberdade e do regime democrático que agora se vive.

Assim foi caminhando que Mário Soares fez o seu caminho, e de certo modo o caminho de Portugal.

Viva a Liberdade! Viva a Responsabilidade! Viva o 25 de Abril de 1974!

 

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publicado por Hélder Almeida às 14:19
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Quarta-feira, 16 de Abril de 2008

Lavoura merecia mais

A lavoura Açoriana merecia um outro gesto de apoio, por parte da tutela, que não a criação de uma comissão para avaliar a situação no sector.

Já não é de agora que a Insulac e a Bel andam a desrespeitar os lavradores, a desrespeitar aqueles que diariamente levam uma vida dura para a produção da matéria-prima que possibilita a estas mesmas indústrias gerar riqueza.

A lavoura Açoriana merecia uma defesa firme da convergência do preço do litro de leite pago aos produtores com aquele que se verifica no continente.

Os dados já estavam todos na mesa e a situação era mais que conhecida, ao secretário regional apenas competia: primeiro demonstrar, claramente, o seu apoio à lavoura e em segundo promover um conjunto de benefícios à UNILEITE (permitindo que continue competitiva no mercado do leite e derivados), já que é a única a promover a dignidade dos lavradores enquanto trabalhadores.

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publicado por Hélder Almeida às 20:56
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Domingo, 13 de Abril de 2008

A miséria

Marcelo Rebelo de Sousa considerou as declarações de Rui Gomes da Silva como,  e passa-se a citar: "abaixo de cão".

Relembra-se que estas declarações defendiam que a jornalista Fernanda Câncio não deveria trabalhar para uma produtora que vendeu um seu programa à RTP2 porque alegadamente teria um relacionamento pessoal com o primeiro-ministro.

Este acontecimento demonstra bem a situação miserável em que se encontra o PSD.

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publicado por Hélder Almeida às 21:26
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Sábado, 12 de Abril de 2008

Fretes em Ponta Delgada

Fiquei hoje a saber pelo comunicado dos vereadores do PS na Câmara Municipal de Ponta Delgada que as juntas de freguesia receberam em dois anos aquilo que lhes foi garantido como compromisso anual.

Tendo em conta que sou de uma freguesia dita rural deste concelho, cuja junta é de tons laranja (como a maioria em Ponta Delgada), gostaria de saber quem é que elegeu os presidentes de junta, se nós eleitores, se a senhora Berta Cabral, já que ainda não ouvi nenhum presidente de junta se queixar desta situação, e quem está a perder somos nós cidadãos.

Custa-me ver milhões e milhões a serem gastos em obras faraónicas no centro citadino e não serem cumpridos os acordos com as freguesias mais afastadas da urbe. Estas cada vez mais estão abandonadas à sua sorte, ficando limitadas às míseras transferências trimestrais a que a lei obriga a câmara, pois se assim não fosse nem isso tinham, em nome do desenvolvimento da cidade, se é que parques subterrâneos contribuem para o desenvolvimento de uma cidade.

Deste modo se conclui que os presidentes de junta de freguesia do PSD mais não são do que simples lacaios nas mãos da presidente do concelho, já que como aqui se verificou esta faz com as freguesias o que bem entende.

Temo, pois, que o legado desta presidente, para além dos parques de estacionamento, seja uma assimetria brutal entre zona rural e urbana do concelho e um profundo buraco nas contas de Ponta Delgada.

 

 

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publicado por Hélder Almeida às 22:42
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Sexta-feira, 11 de Abril de 2008

Era Evitável

Apesar de achar que os agentes políticos devem ser remunerados convenientemente, pois só assim poder-se-á ter na política os melhores quadros do país (apesar de muitas vezes como alguém disse: a má moeda expulsa a boa), estou em desacordo com a unanimidade na Assembleia Regional para o aumento dos vencimentos dos deputados.

Não pelo facto de serem aumentados, mas sim por serem aumentados numa altura em que são exigidos os maiores sacrifícios à população.

Embora queira tentar perceber não consigo. Como é que é necessário aumentar os custos de representação numa época de novas tecnologias, em que com 2 ou 3 ordenados de deputados poderia ser implantado um eficaz sistema de videoconferência por todas as ilhas da região, fazendo com que os deputados pudessem reunir-se nas suas comissões políticas a partir das suas ilhas de origem, não só quando o tempo está mau, mas sempre, fazendo disto prática corrente, tendo apenas de viajar para a Horta nas sessões parlamentares.

Critico a unanimidade que ao longo dessa legislatura apenas existiu na questão do aumento dos seus próprios vencimentos.

Acções destas não dignificam o parlamento regional, não passam credibilidade para a opinião pública. Apenas contribuem para um cada vez maior afastamento entre cidadãos e política.

Numa altura em que se reduz os benefícios há muito conquistados, numa altura em que se aperta o cinto à população, não fica bem aos deputados tirar o cinto e os suspensórios.

Há que elogiar e criticar quando se justifica.

Fica, deste modo, a minha condenação a toda a Assembleia Regional.

 

 

 

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publicado por Hélder Almeida às 15:59
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Sábado, 5 de Abril de 2008

A democracia de Jardim

E ainda há gente que ousa comparar o clima político Madeirense com o Açoriano!

Alberto João Jardim interditou, sim interditou o acesso ao decorrer dos trabalhos do XII Congresso do PSD-Madeira, por, segundo ele, não confiar nos jornalistas.

Contudo atrevo-me a perguntar se é este o exemplo de democracia a que se referia Jaime Gama (pessoa que admiro mas que errou nas declarações proferidas aquando da sua passagem pela Madeira)?

Mais uma vez Jardim, num acto de censura que não se via desde os tempos da ditadura, desfere um rude golpe na democracia, impedindo que os jornalistas acedam ao congresso por discordar daquilo que eles eventualmente viriam a dizer.

Já agora gostaria de perguntar a alguns políticos que sofrem de falta de ar nos Açores, se nas suas visitas à Madeira respiram melhor?

É por isso que fico feliz pelo exemplo que a autonomia Açoriana tem dado desde o 25 de Abril!

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publicado por Hélder Almeida às 12:02
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2008

Sinal + RTP

Numa altura em que muitos viram as suas energias para criticarem a RTP, a rádio e televisão de Portugal responde da melhor forma lançando a Rádio Lusitânia, excelente agente de divulgação e de valorização da música portuguesa. Passei por lá e fiquei satisfeito com o que ouvi. Só para dar a ideia numa hora ouvi Clã, Madredeus, Sétima Legião, Sérgio Godinho, Vitorino, Camané e Zeca Afonso.

Parabéns RTP e RDP!

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publicado por Hélder Almeida às 21:30
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