Muitas foram as vozes de indignação face às declarações do senhor cardeal D. José Policarpo. Se é certo que, levando à letra as afirmações do senhor cardeal, a primeira reacção não é a melhor, quando se vê as imagens (exclusivas da SIC, acho eu) a interpretação é outra. Nota-se que o ambiente da conversa, entre D. José Policarpo e a jornalista, era de alguma descontracção e informalidade e o tom usado pelo cardeal até teve algo de jocoso, no bom sentido da palavra. Assim, não alinho nas reacções mais fundamentalistas que o mais fundamentalista islâmico, entendo a informação que o patriarca de Lisboa quis passar para a plateia. Não é mentira nenhuma, que no século XXI, a fé islâmica ainda encara a mulher de uma forma discriminatória, veja-se o exemplo de países como a Arábia Saudita, Afeganistão... E D. José Policarpo sabe disso, tanto mais que no passado a Igreja Católica teve uma atitude muito semelhante; contudo ao longo dos últimos 100 anos os católicos evoluíram também neste aspecto. Acusar D. José Policarpo de não querer o diálogo inter-religioso é ignorar aquilo que tem sido desde sempre a sua postura ecuménica e de diálogo com todas as religiões. Só que o cardeal de Lisboa talvez teve a coragem de dizer que para haver diálogo há que querer ouvir e não apenas falar, há que reconhecer os erros do passado (como fez a Igreja Católica com a Inquisição), há que quebrar barreiras culturais, e isso tem de ser exigido aos dois lados e não apenas à Igreja Católica como se fosse sempre a má da fita.
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