Ontem, como de costume, assisti ao programa Corredor do Poder da RTP1. No meu entender é um programa diferente de todos os outros que existem sobre política, apresenta intervenientes relativamente jovens, que durante uma hora e tal discutem semanalmente a actualidade política nacional. Até aqui tudo bem, mas quando se trata de falar das regiões autónomas, especialmente dos Açores, são perfeitas nulidades. Mais que criticar o seu desconhecimento sobre a política insular (facto totalmente condenável pois não se trata de um simples distrito do país, mas sim de uma região autónoma com órgãos de governo próprio), quero criticar o comentário propriamente em si. Não se deve falar de algo que não se sabe, e esses senhores falaram, ontem, dos Açores de forma leviana e até desrespeitosa. Só a título de exemplo enfatizo a intervenção do vice-presidente da câmara municipal de Gaia e representante do PSD no referido programa, que repetidamente criticava a lei de finanças das regiões autónomas, pelo facto do arquipélago dos Açores receber mais dinheiro que a Madeira. Talvez queria que recebesse o mesmo ou menos, e quem sabe até retomar as práticas de Mota Amaral e ainda disponibilizar verbas, dirigidas aos Açores, à Madeira. O arquipélago dos Açores, para quem não saiba, é constituído por nove ilhas habitadas, há, por conseguinte, uma grande dispersão de meios e infra-estruturas essenciais por todas as ilhas, há um grande custo associado à insularidade. Ao contrário a Madeira tem apenas duas ilhas habitadas, sendo que mais de 90% da população reside numa só das ilhas. A acrescentar não se deve esquecer que a Madeira é uma das regiões mais ricas do país (riqueza que advém dum desenvolvimento selvagem que espero nunca se instalar nos Açores). Perante isto o PSD de Ferreira Leite insiste na crítica de uma lei justa para os Açores e Madeira, e o PSD Açores nunca demonstrou uma opinião forte sobre esta matéria, mostrando vassalagem quer ao PSD nacional quer a Alberto João Jardim ao invés de defender os Açorianos.
Deste modo, resta fazer um apelo a esses políticos continentais: por favor não falem dos Açores, melhor, se quiserem falar tentem conhecer a realidade destas ilhas que dão a verdadeira dimensão atlântica a este país.
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