Chegado o dia de Nossa Senhora da Conceição, e como mandava a tradição, só agora é que se começava a falar do Natal e a preparar tudo o que a ele estivesse associado. Este era, e de certo modo continua a ser, um dia especial na minha cidade, a de Ponta Delgada; antes pela competição saudável entre os lojistas para ver qual seria a melhor montra do dia das montras, hoje, começando a rarear as lojas e, por conseguinte as montras, assinala-se o dia com a inauguração de mais um parque subterrâneo. Sinal dos tempos dirão uns, desvanecer da tradição digo eu.
Na minha casa sempre se fez e continua-se a fazer o presépio mais próximo da véspera de Natal, lá para dia 20 conto estar a fazer o presépio, grande e repleto de musgos, e a enfeitar a árvore de Natal, natural como não podia deixar de ser, pois só assim é que lembra a Natal, só assim é que a casa é invadida por uma panóplia de perfumes tão característicos da quadra festiva.
Contudo, e para os que gostam de perpetuar as tradições, de ano para ano torna-se mais difícil arranjar uma árvore de Natal natural. São cada vez menos as famílias que se dedicam à venda destes "artigos", segundo eles porque, por um lado, o corte destas árvores é muito restrito, e por outro devido à constante mudança do local de venda. Da Calheta Pêro de Teive, agora "magistralmente" ocupada por mais um monstro de betão, para o Campo de São Francisco, agora ocupado pela ´"tão nossa e característica pista de patinagem de gelo", esses vendedores foram recambiados para o parque da Madruga. É obra.
Mas, como dizia o outro, é a vida! Cá estamos para mais um Natal, cada vez menos sentido, menos vivido na sua plenitude, contudo mais comercial que nunca.
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