O Partido Socialista foi o grande vencedor da noite de ontem nos Açores. Não só o vencedor a nível do número de votos, do número de câmaras municipais e assembleias de freguesia, mas sobretudo, e principalmente, foi o grande vencedor do comportamento democrático. Em política há os que vão à luta por ideais, por projectos, por serviço público sujeitando-se à vitória e à derrota; por outro lado há outros que só avançam quando têm indicações muito claras que a vitória é certa. Aos primeiros chamo de verdadeiros democratas, aos segundos apelido de oportunistas pouco democráticos.
Ontem o papel que a líder do PSD Açores prestou à democracia ao "roer a corda" de todos os seus autarcas que saíram derrotados (e não foram poucos) foi, no mínimo, degradante e pouco digno para alguém que se quer afirmar como a próxima presidente do governo regional dos Açores. É esta a verdadeira Dr. Berta Cabral, a que fez de conta que só era a vencedora em Ponta delgada e que não teve qualquer palavra de apreço para com os seus colegas de partido que sofreram pesadas derrotas.
Analisando os números o PSD até em Ponta Delgada dá sinais de fraqueza: perde votos, perde vereadores, perde mandatos na assembleia Municipal, passa a ter 6 freguesias rosa mais uma independente apoiada pelo PS, sendo que uma é simplesmente a maior do concelho, refiro-me à freguesia de Arrifes até aqui liderada por José Maria Sousa alguém muito próximo da líder do PSD. E relativamente aos Arrifes há a referir que esta vitória do PS, por números expressivos, foi a vitória da seriedade face ao jogo baixo, à calúnia e difamação alegadamente anónima contra a lista do PS que se verificou nesta freguesia. Infelizmente numa freguesia vizinha dos Arrifes a política do saco de cimento, da tijoleira, da multiplicação das horas de trabalho dos seus trabalhadores em vésperas de eleições continuou a surtir efeito (investiguem e logo perceberão do que estou a falar).
Quero agora apresentar a minha solidariedade a todos os autarcas socialistas que não conseguiram vencer estas eleições, em especial aos do meu concelho, Ponta Delgada, felicitando-os pelo enorme serviço cívico que prestaram às suas populações ao apresentarem uma alternativa à política da festa, do passeio, do saco de cimento e da areia, sabendo que os eleitores tiveram nas suas mãos a hipótese de mudar, sendo, por isso, só dos eleitores a responsabilidade pela continuidade de uma política manifestamente errada em alguns casos. Uma palavra de apoio a Paulo Casaca um verdadeiro senhor ao longo desta campanha, um senhor que aceitou deixar de ser um dos melhores eurodeputados da Europa para entrar numa luta muito difícil, um senhor que em qualquer país da Europa teria ganho as eleições.
Finalmente, e como Micaelense, quero felicitar a vitória de Carlos Ávila e do surpreendente António Cordeiro, para mim o maior vencedor da noite eleitoral de ontem (recordem o desdém de Rui Melo ao referir-se ao Dr. António Cordeiro num dos seus últimos comícios) ao impor ao PSD e a Rui Melo uma pesadíssima derrota. António Cordeiro é o verdadeiro exemplo que a luta pelos valores e projectos certos mais cedo ou mais tarde compensa. Foi também a resposta do povo de Vila Franca a uma gestão megalómana, à política da festa e festinha e da arrogância. Parabéns Dr. António Cordeiro.
Para acabar destaco a excelente intervenção de Carlos César na noite de ontem, especialmente ao assumir-se como derrotado em todos os embates em que o PS perdeu e vitorioso em todas as vitórias dos autarcas socialistas. Este é um comportamento só ao alcance dos grandes e verdadeiros líderes.
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