A luta contra o flagelo da toxicodependência é um assunto demasiado sério para servir de arma de ataque político, mesmo descontando que quem dela faz esse uso é useiro em não olhar a meios para atingir os fins que pretende, nomeadamente na modalidade "pré-olímpica" de alpinismo político em laranjeiras.
Gostei de ouvir as declarações prestadas ontem pela nova ministra da Educação. Nota-se uma nova e clara abertura para o diálogo e para a mudança. Contudo esta mudança não pode significar o regresso ao passado. A avaliação dos professores é essencial para uma melhor qualidade do ensino. Há é que estabelecer um novo modelo de avaliação, mais simplificado, com muito menos burocracia, com muito menos papel, e sobretudo mais objectivo. Paralelamente a este novo modelo de avaliação espero que o novo governo, com a ajuda do parlamento, tenha a vontade de introduzir um novo e tão necessário paradigma na educação em Portugal: a EXIGÊNCIA.
O sistema de educação de um país pode dizer muito sobre o estado de saúde da sua sociedade. Hoje, infelizmente, por força até de uma certa pressão comunitária trabalha-se muito com o olho na estatística. No entanto, o primeiro passo para mudar de uma vez por todas o rumo deste país é introduzir uma cultura de exigência no ensino. O facilitismo apenas está a formar gente pouco dinâmica e capaz de mudar a situação actual do país. Há que mudar o que está mal nesta nossa cultura latina e, aqui, aprender muito com os países mais do norte da europa. Não basta ir lá copiar as suas políticas, há que as materializar, e o primeiro passo terá de ser dado na educação. Os nossos alunos têm de perceber que a escola pública custa dinheiro, que é um direito que custou muito a conquistar e que eles, enquanto alunos, terão de possuir uma atitude de trabalho, empenho e exigência para consigo próprios. Hoje as nossas escolas estão repletas de materiais e equipamentos que nos colocam ao nível dos melhores sistemas de ensino público do mundo, apenas faltando alunos que honrem as condições que a escola pública oferece. É um facto que constato ao falar com diversos agentes de ensino que conheço: há cada vez menos alunos a demonstrarem empenho, a trabalharem por ser os melhores alunos; ao invés é crescente o número de alunos que optam pelo desinteresse e mau comportamento. Estes alunos que se estão a formar em nada contribuirão para a resolução dos problemas que o futuro irá colocar. Só alunos que estejam habituados a trabalhar para resolver os seus problemas com exigência e com correcção poderão ser cidadãos responsáveis e capazes de enfrentar os obstáculos.
Deste modo, ficaria satisfeito se o governo do PS tivesse a coragem para mudar o rumo da educação em Portugal e introduzisse uma necessária maior EXIGÊNCIA no ensino. Mas este compromisso de uma maior preocupação com a exigência do ensino e não tanto com os dados estatísticos deveria merecer um pacto entre os dois maiores partidos com responsabilidades governativas. Um verdadeiro pacto em que os dois se comprometessem a trabalhar por um ensino exigente e não usar eventuais dados estatísticos menos favoráveis decorrentes do início da implementação destas novas políticas como arma no debate político.
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