Sexta-feira, 27 de Junho de 2008

Prioridades

Muito se falou na última semana das novas prioridades do PSD e de Manuela Ferreira Leite.

Em 2003 MFL era ministra das finanças e de estado do governo do PSD liderado por Barroso, governo este que acordou com Espanha a construção das linhas de alta velocidade ferroviária. Este acordo assinado por Barroso, e consequentemente com o apoio de MFL, previa que Portugal fizesse linhas até à fronteira e Espanha também do seu lado. O que muita gente não sabe é que por razões históricas as linhas férreas ibéricas são feitas numa bitola diferente do resto da Europa. Quer isto dizer que a maioria dos comboios que viaja em Portugal e Espanha não pode viajar a partir de França. Ora como pretende-se que a Península Ibérica fique ligada ao resto da Europa pela alta velocidade as linhas a serem construídas em Portugal e Espanha serão feitas na bitola europeia. Para além disso um dos grandes negócios que poderia surgir com a alta velocidade era o transporte de mercadorias a partir de Portugal para toda a Europa, podendo, por exemplo, o porto de Sines ser um grande interposto comercial, sendo feitas as descargas dos grandes cargueiros do mundo em Portugal ao invés de irem para Espanha, França ou Holanda. Esta grande oportunidade infelizmente não passará disto mesmo, tudo porque o incompetente do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e por inerência MFL, não tivessem assinado um acordo com Espanha em que esta só assume construir em bitola europeia desde a fronteira portuguesa até Madrid. Quer isto dizer que os eventuais comboios de mercadorias portugueses só poderiam ir até Madrid, o que não seria de todo rentável.

Perante isto o que apetece dizer a MFL quando foi ela que assinou estes acordos internacionais, onde está em causa a seriedade do país, e vem agora simplesmente dizer aos outros que rompam aquilo que ele se comprometeu a fazer?

Começou mal, para não dizer muito mal MFL.

 


publicado por Hélder Almeida às 22:43
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Sexta-feira, 20 de Junho de 2008

Ao sabor do oportunismo

Há algum tempo atrás, a propósito de alguns intervenientes da sociedade civil terem participado no congresso regional do PS: Sandro Paim e Jorge Rita; assistiu-se a um correr de tinta disparatado na imprensa e nos blogs regionais criticando esta participação. Destaco as opiniões de dois desses assumidos e auto-intitulados apóstolos da verdade e objectividade, que não se coibiram de arranjar uma suposta ligação entre a participação de Sandro Paim no congresso do PS e o seu laço familiar com Vânia Paim adjectivada na altura como representante de um grupo de interesses da ilha Terceira. Disseram isto e muito mais.

Assim, e como já dizia a minha professora da escola primária, e passo a citar: "Não há nada que pague como a semente da língua". Exactamente dois meses depois vem um desses apóstolos da verdade classificar num artigo de opinião do site www.jornaldiario.com como  "brilhantes intervenções de Sandro Paim", o discurso feito por este na convenção Vida Nova do PSD, classificando no mesmo artigo de "independentes apócrifos" os independentes que marcaram presença no congresso do PS, esquecendo-se que um deles foi o próprio Sandro Paim.

Deste modo cai a máscara de pseudo-bravura ostentada por esses senhores.

Há que ser coerente, há que ser responsável e não apenas incendiar a opinião pública navegando ao sabor das correntes populistas que se vão afigurando como mais proveitosas.

 

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publicado por Hélder Almeida às 20:19
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Quinta-feira, 19 de Junho de 2008

Adeus Scolari

O futebol, hoje, é cada vez mais estratégia. A selecção sofre e vem sofrendo, desde sempre, do mesmo mal: muita fé e pouco estudo. Se é certo que a motivação é importante, a estratégia é tão ou mais relevante que esta última.

Só assim se explica o que hoje aconteceu bem como a oportunidade única, também perdida em 2004, frente a uma Grécia que jogava o pior futebol da Europa.

Estou agradecido ao senhor Scolari, contudo não lhe desculpo as oportunidades perdidas.

O "sargentão" vai constatar a sua grande deficiência, enquanto treinador, na liga inglesa, campeonato de regularidade, de muitos jogos em que não basta apenas um discurso motivador, é preciso estudo, estratégia, e não "tudo ao molhe e fé em Deus".

Mais uma vez a selecção Portuguesa foi isso mesmo um conjunto de 11 jogadores a correr de um lado para o outro sem o menor tino.

Elogio a Paulo Ferreira a maior vítima da incompetência técnica de Scolari.

Agora imitando o professor Marcelo e numa escala de 0 a 20:

Ricardo:9 

Pepe:13

R.Carvalho14

Paulo Ferreira:10 (não por sua culpa pois é um lateral-direito a jogar na esquerda, adicionado ao facto de esta época ter sido uma das suas mais fracas desde que saltou para a ribalta)

Bosingwa:15 (pena alguns cruzamentos falhados)

Petit:14 (pelo esforço e garra)

Moutinho: 10 (por ter saído lesionado)

Deco:17 (a alma da equipa)

Simão:13 (cumpriu os mínimos)

Nuno Gomes: 15 (pelo golo, pena estar sempre muito pouco apoiado)

Ronaldo: 14 (não leva mais pelo egoísmo do costume)

Nani: 14 (pelo cruzamento do 2º golo)

Postiga:15 (pelo golo e por estar sempre lá nos momentos decisivos)

Raúl Meireles: 14 (valeu o pulmão)

Ainda um último apontamento relativo ao facto das grandes conquistas de Scolari estarem associadas a um onze do qual faziam parte:Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Costinha, Maniche e Deco (meio campo idealizado e rotinado por Mourinho), sendo as principais alterações daí para aqui as saídas de Costinha (muito forte no jogo aéreo), Maniche (grande poder na meia distância e reconhecida visão de jogo) e Nuno Valente (um verdadeiro lateral-esquerdo). Mudou-se o meio-campo foi-se a organização e o fio de jogo. 

Para finalizar o desejo que o substituto de Scolari seja alguém com capacidade motivadora mas que tenha alguns conhecimentos da táctica do jogo (há mais gente para além de Zico).

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publicado por Hélder Almeida às 21:20
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Sábado, 14 de Junho de 2008

Homenagem tardia, contudo merecida.

Sou um guardador de rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.


                           Alberto Caeiro
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publicado por Hélder Almeida às 21:39
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Quinta-feira, 12 de Junho de 2008

O PSD de duas caras...

Qual não foi o meu espanto quando ontem li que o PSD pela voz de Cláudio Almeida vinha defender a necessidade de existência do ensino profissional na ilha do Corvo. E comecei a pensar se este PSD era o mesmo PSD que há uns meses atrás criticou a construção de um lar de idosos nesta ilha para lá estar um idoso, faltando apenas se rir da situação.

Assim recomendo ao PSD que se decida se defende os interesses do Corvo sempre ou apenas às segundas, quartas e sextas.

Apesar disso esta situação só poderia ter sido protagonizada pelo mais novo praticante de escalada política e seguidor do tão almejado cargo do PSD Cláudio Almeida, o qual, e vejam bem, já em 2004 andava pelos corredores da Escola Secundária Domingos Rebelo, enquanto presidente da Associação de Estudantes daquela instituição, com folhas de inscrição da JSD aliciando os outros estudantes a integrarem aquela juventude partidária. Um "politiqueiro" em potência.

 

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publicado por Hélder Almeida às 20:44
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Domingo, 8 de Junho de 2008

De volta à realidade...

Assino por baixo as críticas feitas neste artigo de opinião do Correio dos Açores de 5 de Junho, a propósito das dificuldades em conseguir uma consulta de um médico.

É necessário redefinir prioridades, é necessário espírito de missão na política e não apenas uma política de caça ao voto.

Sejamos corojosos, saibamos dizer não quando for necessário, tenhamos coragem de fazer o que realmente é prioritário mesmo que isso custe as próximas eleições.

Se assim não for, isto nunca mais vai ao sítio certo.

Não me refiro a ninguém nem a nenhum partido em específico mas a todos os autarcas e governantes regionais destas ilhas, pois estes têm de se lembrar que para a história só ficam os que levaram a cabo "grandes obras", e não me refiro às de betão...

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publicado por Hélder Almeida às 12:48
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Sábado, 7 de Junho de 2008

Um já está...

Grande jogo de Portugal!

Ritmo elevado do primeiro ao último minuto, destacando-se as exibições de Moutinho, Pepe, Bosingwa e Deco.

Dois reparos a fazer: insegurança nas saídas de Ricardo (mas isso já é o habitual) e o egoísmo de Cristiano Ronaldo. A equipa é composta por 11 jogadores e não tem de ser o senhor Cristiano a entrar com a bola pela baliza, anotei várias jogadas em que ele partiu para o "um contra um", perdendo em quase todos,  quando tinha linhas de passe à disposição.

Força selecção portuguesa!

P.S.- se não é desta que ganhamos nunca mais ganharemos, uma vez que até já temos o guarda-redes com mais experiência em ganhar taças a suplente: Taça Uefa, Liga dos Campeões, Taça Intercontinental e Taça de Portugal, falo claro de Nuno Espírito Santo.

 

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publicado por Hélder Almeida às 22:32
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Sexta-feira, 6 de Junho de 2008

6 de Junho

Como Açoriano não poderia deixar passar esta data sem que aqui fosse lembrada.

O 6 de Junho de 1975, como comprova uma entrevista hoje publicada no Correio dos Açores, foi essencialmente um movimento de protesto face às dificuldades económicas e sociais que se sentiam em São Miguel e contra a forma de governo que estava a ser levada a cabo.

Os que hoje querem fazer passar a ideia que aquela foi uma grande manifestação independentista batem de frente com depoimentos como aqueles que se podem ler na entrevista atrás referida: “E quem entrou pelas janelas do Palácio adentro foram madeireiros, lavradores e agricultores e não estes doutores que por aí andam agora…”; e ainda: "Não se sentiu mobilizado pela Frente de Libertação dos Açores."; que apenas comprovam, que sim as pessoas que engrossaram a manif estavam descontentes mas que isto não era sinónimo de desejo de independência.

Para a história fica a importância da manifestação como uma das alavancas para a concretização do processo autonómico.

Assim e para terminar quero apenas demonstrar o meu agradecimento ao povo real constituído por agricultores, lavradores, gente simples que apenas lutava por melhores condições de vida no 6 de Junho de 1975.

 

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publicado por Hélder Almeida às 17:36
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