Terça-feira, 25 de Março de 2008

Casamento...

É certo que vivemos num país de liberdade e que lutou pela mesma. Mas liberdade não significa que se possa fazer tudo, uma vez que esta é inseparável da responsabilidade. Ora é aí que entra a função da legislação, a legislação visa "relembrar" os cidadãos das suas obrigações.

Assim fico admirado com a reacção de algumas figuras face a uma simples lei que visa implantar alguma seriedade no designado negócio dos casamentos. Nada custará aos noivos fazerem chegar às finanças as facturas dos gastos dos respectivos casamentos, contribuindo, deste modo, para que todos os contribuintes sejam tratados da mesma forma, e que não existam uns que paguem e outros que por aí andem, muitas vezes até se gabando, a fugir ao fisco.

Alguns dirão que é da responsabilidade do governo fiscalizar, mas também é da responsabilidade do contribuinte pagar os seus impostos. E através de um simples acto o cidadão comum ao exigir facturas destes serviços estará a ajudar o estado e todos os cidadãos que cumprem as suas obrigações enquanto membros de uma sociedade. Também não será difícil constatar que é quase impossível que o estado consiga uma fiscalização a 100% de todas as actividades económicas. Mais, ao exigir-se facturas não se está a estragar a vida de ninguém, apenas estamos a garantir que todos sejam tratados da mesma maneira.

São estas simples medidas, mas oportunas, que contribuem para o sucesso da máquina fiscal do estado.

Estou certo que esta medida em nada belisca a democracia e a liberdade individual, e que dela só podem discordar aqueles que não cumprem devidamente os seus deveres de cidadão.


publicado por Hélder Almeida às 15:57
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Segunda-feira, 17 de Março de 2008

Democracia

Em democracia o primeiro sinal de que não somos verdadeiramente democráticos é o desrespeito pelas decisões maioritárias dos cidadãos demonstradas na forma mais livre de expressão que é o voto.

Há para aí uma certa pseudo-elite que se julga superior ao comum dos cidadãos. Sim porque eles é que sabem, eles é que são donos da razão, eles é que são as únicas cabeças iluminadas, mais ninguém tem 3 dedos testa nos Açores a não serem eles, que nas últimas eleições, refiro só aquelas que o PS saiu vencedor, a maioria dos Açorianos foi coagida a votar no PS, que todos os membros do governo são corruptos...

O que essas cabecinhas pensadoras não sabem é que é de gente como eles que os Açorianos estão fartos, embora os respeitem.

Não tenho qualquer problema em criticar algo quando acho que está mal, mas critico as políticas, como fiz aqui com a avaliação dos professores, ou o método, como fiz com Luís Filipe Menezes. Agora nunca criticarei os Açorianos pelas escolhas que fazem.

Em 1996 o PS obteve 45,82% dos votos, em 2000 49,20% dos votos e em 2004 56,97% dos votos. Como se vê a tendência é de subida e se há quem atribua que esta onda vitoriosa começou em 1996 pelo grande descontentamento, verifica-se que foi neste mesmo ano que os resultados foram menos expressivos. O que se pode constatar é a satisfação da maioria dos Açorianos com as políticas desenvolvidas nos Açores.

Decerto que nem tudo foram rosas e algo correu mal, mas a avaliação global que os Açorianos fizeram é positiva.

Com esta análise o que quero explicitar é que se deve respeitar a decisão maioritária dos cidadãos, e não achar que todo o mundo está errado e só nós é que temos razão.

Bem sei que esta forma de pensar é particularmente dolorosa para certos que gostam mais do poder musculado, em que apenas uns sejam considerados aptos para pensar e aos outros nem seja dada esta oportunidade, sendo alvo da mais barata agressão verbal e difamação. Para estes relembro que este tipo de regime era mais comum até meados do século XX e já estamos no século XXI, deixando, por isso, o alerta para o eventual desfasamento temporal em que estejam mergulhados.

Em conclusão ser democrata é essencialmente ser respeitador da Liberdade, amante da Responsabilidade e admirador confesso da Solidariedade e Fraternidade.

 


publicado por Hélder Almeida às 17:08
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Sábado, 15 de Março de 2008

Ziguezagueando

O que diferencia o ser humano dos outros animais é o seu raciocínio tornando-o imprevisível e permanentemente mutável.

Em Portugal o expoente máximo da mutação e da imprevisibilidade é sem dúvida o líder do PSD: Luís Filipe Menezes.

Há um ano Menezes defendeu por escrito que estava de acordo com a perda de voto dos presidentes de junta nas assembleias municipais. Agora defende precisamente o contrário.

Há seis meses afirmou que ia acabar com a máquina do estado, agora está contra qualquer encerramento de qualquer serviço público.

Há 4 meses disponibilizou-se para realizar novas directas no PSD, hoje afirma que nem à bomba vai a directas antes das legislativas.

Tudo isto não é de estranhar uma vez que é o próprio Menezes que diz que numa semana tem uma opinião mas que na outra já pode ter outra.

E foi isso que se verificou mais recentemente. Há uma semana Menezes declarou que o PSD ainda não tinha condições para ser governo. Esta semana o mesmo Menezes exigiu aos portugueses a maioria absoluta nas próximas eleições.

Se há quem diz: nunca digas nunca; eu aconselho o senhor Menezes a dizer menos vezes nunca.

Basta de irresponsabilidade, basta de leviandade na política portuguesa.


publicado por Hélder Almeida às 18:01
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Sexta-feira, 14 de Março de 2008

5 anos após a Cimeira da Guerra

Cinco anos após a designada “Cimeira da Guerra” é importante analisar o que mudou nos países que nela participaram e o que aconteceu aos governantes de então.

Comecemos pela Espanha. O atentado de Março de 2004 directamente relacionado com a sua intervenção no Iraque e a queda do PP espanhol do poder após a vitória de Zapatero e do PSOE. E ao presidente do governo espanhol de então? Que é feito de Aznar? Nenhuma consequência de maior, Aznar continua a comandar e orientar a política do PP só que agora atrás de alguns dirigentes que só lá estão para inglês ver, neste caso espanhol ver.

Inglaterra colheu da cimeira o atentado de Julho de 2005, centenas de baixas na frente de batalha no Iraque e um primeiro-ministro que se demitiu apenas para se tornar uma pessoa livre e disponível para outros cargos de maior relevância. Já me esquecia: Blair entretanto deixou de ser protestante e passou a ser católico.

Os Estados Unidos, principais mentores da guerra, receberam de presente milhares de soldados mortos no Iraque, milhões e milhões de dólares que ao invés de serem investidos no seu país foram enterrados no Iraque, e um presidente que para satisfazer as necessidades das muitas empresas americanas produtoras de material de guerra, que lhe financiaram as duas campanhas eleitorais, acendeu o rastilho de pólvora numa região do mundo já de si muito agitada.

Falta só Portugal. Portugal ganhou um presidente da Comissão Europeia. A bem dizer foi este o rebuçado que Durão Barroso recebeu pela cara assustada que fez após a cimeira, mostrando toda a sua crença nas “imensas armas de destruição maciça Iraquianas que poderiam atingir a Europa com grande facilidade”. E o mais importante fez com que Durão Barroso concretizasse o seu maior sonho: deixar cair o Durão e passar a ser conhecido como José Manuel Barroso.

Todo este tom mais ligeiro por mim utilizado só é possível porque se passaram 5 anos e é usado na crítica destes 4 senhores anteriormente mencionados.

É inaceitável que estes 4 senhores ainda vagueiem pela vida política do mundo. Estes 4 senhores naquela triste tarde assinaram a sentença de morte de milhares de iraquianos, destruíram milhares de famílias e sonhos iraquianos, acabaram com a infância de muitas crianças, obrigaram a que milhares de soldados passassem por situações que se repercutirão ao longo de todas as suas vidas (veja-se o exemplo da guerra colonial).

É isto que diferencia quem está na política por missão (cada vez em menor número) de quem lá está por puro carreirismo e proveito próprio. É a classe que diferencia um Mário Soares, um Manuel Alegre, um Freitas do Amaral de um José Manuel Barroso, de um Bush ou de um Aznar.

Assim só quando os políticos e todas as pessoas entenderem o sentido da palavra RESPONSABILIDADE é que teremos algumas hipóteses de que o mundo se torne num melhor lugar para se habitar.


publicado por Hélder Almeida às 16:44
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Sexta-feira, 7 de Março de 2008

Parabéns RTP

É justo homenagear a RTP pelos seus 51 anos de vida.

Apesar de muitas críticas nenhuma outra conseguirá o estatuto de “A nossa Televisão”.

Foi com ela que vimos a chegada do Homem à Lua que soubemos da queda de Salazar, do nascimento da Democracia em Portugal, foi ela a transmitir as primeiras imagens da guerra do Iraque no mundo, foi com ela que vivemos as mais fortes emoções da nossa selecção, foi nela que vimos produções como: os Xailes Negros, O Barco e o Sonho, Crónicas de Gente Esquecida, Gente Feliz com Lágrimas

Nos Açores o seu papel foi determinante na afirmação da nossa Autonomia e na criação de um verdadeiro espírito de união entre os Açorianos, quebrando a barreira física imposta por este nosso mar.

Por tudo isto desejo que a RTP, especialmente a RTP – Açores pela situação que actualmente vive, continue a melhorar cada vez mais os seus conteúdos e a maneira de fazer televisão em Portugal.

Parabéns RTP!

 


publicado por Hélder Almeida às 19:28
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Quarta-feira, 5 de Março de 2008

Berta e a Segurança

Após uma audiência com o novo comandante da GNR Berta Cabral volta a insinuar que a culpa da falta de segurança em São Miguel, e mais precisamente no concelho de Ponta Delgada é culpa do reduzido policiamento que aí se verifica.

Segundo a mesma a missão da GNR deveria ser repensada e passar a ser de segurança ao invés do carácter fiscal que actualmente constitui o papel da guarda nas nossas ilhas.

Preferia que os responsáveis políticos dos Açores encarassem a questão da segurança, ou da falta desta, de uma maneira mais consciente e séria. No caso concreto de Berta Cabral não seria pertinente perguntar se a crescente desertificação do centro histórico da cidade de Ponta Delgada não constitui um factor determinante para o aumento da criminalidade? Qual a razão da Câmara Municipal estar a enterrar, literalmente, milhões de euros em parques e mais parques de estacionamento subterrâneos e não ter uma política efectiva de recuperação, revitalização e repovoamento do centro da cidade? Berta Cabral não “descobre a pólvora” quando afirma que a criminalidade poderia ser reduzida com mais polícias nas ruas. Contudo esta proposta revela alguma irresponsabilidade na forma de fazer política, pois apenas está a puxar a manta para cobrir a cabeça deixando os pés descobertos. A sincera preocupação da presidente da Câmara Municipal só poderia ser evidenciada com actos, nomeadamente a já referida dinamização da cidade e um maior rigor na construção desenfreada que se verifica, já que nestes pólos a criminalidade também é preocupante.

Já é tempo de Berta Cabral deixar a política espectáculo!


publicado por Hélder Almeida às 17:04
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Terça-feira, 4 de Março de 2008

Avaliação

Há na sociedade portuguesa o consenso de que a avaliação de professores é necessária. Contudo é a forma, conteúdo da avaliação que gera todas as divergências verificadas entre os diversos agentes da educação.

Seria de rir, se não fossem de mau gosto, as declarações de algumas caricatas figuras da nossa praça ao afirmarem que a avaliação dos professores é urgente, já que se nas suas empresas não tivessem implantado um sistema de gestão e avaliação por objectivos - dizem eles - a produção das mesmas seria desastrosa. Perante pérolas como estas apetece perguntar: Serão as escolas fábricas de licenciados, máquinas de "chouriços" em que de um lado entram miúdos de 6 anos e do outro saem adultos de 20 e poucos anos já prontos a integrar o mercado de trabalho? Meus senhores as escolas são antes de mais formadoras de pessoas, de personalidades, de mentalidades.

Não é minimamente inteligente comparar o processo avaliativo dos professores com os de outros trabalhadores. Cada aluno é um aluno, reflexo de todo um contexto familiar que é condicionado pelos factores socioculturais em que está mergulhado. Cada professor da escola pública tem a seu cargo turmas de no mínimo 20 alunos, o que constitui um verdadeiro “caldo” social. Os professores não trabalham com coisas, mas sim com seres humanos. Ao professor não é exigido que produza o mesmo produto todos os dias, mas sim que trabalhe em vinte produtos diferentes todos os dias e que mudam de dia para dia tendo em conta o “estado de alma” de cada um dos seus vinte produtos (leia-se alunos).

Não sou professor, mas com eles estou solidário. Entendo que a sua avaliação não pode passar por aulas assistidas, nem pode ser condicionada por regimes de cotas. Entendo que a sua avaliação deverá passar pela formação contínua como sempre aconteceu, pelo sério enquadramento dos resultados dos seus alunos no meio sócio-económico em que se inserem e por último por aquilo que há uns anos era conhecido como inspecção, a qual viria às escolas em datas surpresas inteirar-se de um conjunto de documentos elaborados pelos professores que comprovassem a realização e cumprimento efectivo dos programas escolares.

Só com seriedade, respeito e espírito aberto é que este problema será resolvido.

 


publicado por Hélder Almeida às 16:24
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Segunda-feira, 3 de Março de 2008

E fez-se Luz

Este é um blog endémico dos Açores.

Tem como principais objectivos analisar aquilo que se vai passando na Região, no País e no Mundo.

É um começo. Farei o possível para que o sapateiachamarrita seja actualizado o maior número de vezes possível.

Um bem haja a todos os que por aqui passarem e  comentarem os posts.


publicado por Hélder Almeida às 21:09
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